Gritos e muita violência. Foi
o que relatou Ariane Mandu de Souza Silva, de 18 anos, sobre a madrugada do dia
8 de março, quando o croata Ante Stanic, de 57 anos, e o sueco Faik Nekic, de
78 anos, foram torturados e mortos por quatro homens em uma casa de praia de
Jenipabu, no litoral Norte do Rio Grande do Norte. Presa pela participação no
crime, a manicure detalhou a relação que tinha com os europeus e o que
aconteceu no dia das mortes em depoimento ao delegado Daniel Couto, titular da
Delegacia Especializada em Assistência ao Turista (Deatur).
Os estrangeiros foram achados
de cueca e com sacos na cabeça. As mãos e pés das vítimas também estavam
amarrados. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) aponta que os dois
morreram sufocados.
No depoimento prestado no dia
20 de março, Ariane conta que conheceu Ante Stanic, a quem chamava de
'Charles', em setembro do ano passado na Praia do Meio, em Natal. O G1 teve
acesso ao documento com exclusividade. Desde então a manicure passou a marcar
encontros com o croata e outras mulheres na casa de Jenipabu, onde também
conheceu o sueco.
Uma semana antes do carnaval
Ariane foi vista pelos demais envolvidos no crime na companhia do europeu.
Questionada se as duas vítimas tinham dinheiro, ela falou aos suspeitos sobre a
casa de Jenipabu. A partir daí um assalto ao imóvel começou a ser planejado.
Na noite do crime, Ariane
discutiu com Stanic e conseguiu levar uma das chaves da casa. O croata a deixou
perto da casa de um dos suspeitos. No local, a manicure falou sobre a discussão
e que o europeu havia apertado seus braços com força. Os suspeitos que ouviram
o relato ficaram revoltados e decidiram assaltar a casa na mesma noite.
Tortura
Foram até o imóvel Ariane, uma
outra garota e cinco homens. Um deles deixou o local de carro antes do crime,
as mulheres ficaram do lado de fora da casa e quatro suspeitos invadiram o
imóvel. Ao ouvir gritos de 'por favor', a manicure entrou na casa com a outra
garota e encontrou Ante Stanic sendo torturado por dois homens dentro de um
quarto.
No depoimento, a manicure
conta que o croata estava deitado, enquanto os suspeitos cortavam fios do varal
para amarrar o europeu. Um saco foi colocado na cabeça de Stanic, que foi alvo
de chutes no chão. O europeu chegou a urinar durante a tortura, segundo Ariane.
Após as agressões, um dos suspeitos usou um lençol para enforcar o croata, que
foi jogado no chão sem ar. Em outro quarto, Faik também era torturado. Segundo
Ariane, o sueco defecou de tanto apanhar.
Após o crime, os suspeitos
fugiram com uma bomba de hidromassagem e duas malas com vários pertences dos
europeus. Na casa de um dos envolvidos no crime foi feita a divisão do que foi
roubado do imóvel em Jenipabu.
G1 RN
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